Abstract

RESUMO Este artigo é resultado de uma investigação, baseada em fontes jornalísticas, sobre os desfiles dos agrupamentos carnavalescos de Luanda na primeira metade do século XX. De um lado, são analisadas as representações dos jornalistas sobre os cortejos. De outro, são discutidas as maneiras pelas quais seus componentes escolheram se apresentar. Articulando esses dois objetivos, pretende-se discutir a problemática dos hibridismos culturais, demonstrando, sob inspiração de Néstor Canclini, Serge Gruzinski e Homi Bhabha, a insuficiência de oposições binárias, como colonizador e colonizado, moderno e tradicional, para a compreensão da sociedade colonial. Problematizando a simplificação de universos sociais heterogêneos em cada um dos referidos polos, e considerando a centralidade do racismo como elemento definidor de possibilidades, pretende-se demonstrar que as categorias jurídicas de indígena, europeu e assimilado não permitem uma compreensão adequada das múltiplas experiências dos indivíduos e grupos presentes na cidade.

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