Abstract

O teatro e o cinema, enquanto meios de expressão aparentemente semelhantes, encontraram na estética expressionista (no decorrer do século XX) maneiras muito eficientes de potencializar suas próprias formas de comunicar. Assim, as artes dramatúrgica, literária e cinematográfica brasileiras acabaram também encontrando meios de vincular suas identidades ao potencial delineador do expressionismo. O famoso dramaturgo Antunes Filho explora as ambiguidades formais e temáticas do texto Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, a partir de um avanço sobre a linguagem teatral com uma câmera de cinema. Nesse filme-peça, a ambiguidade característica do texto rodrigueano se expande para uma metalinguagem que, de maneira paradoxal, aproxima e distancia o teatro do cinema. Da mesma forma, o filme silencioso Limite, de Mário Peixoto, usa o dispositivo cinema para, ao mesmo tempo, recapitular e sublimar o conteúdo expressionista do qual é herdeiro, tornando essas obras da arte brasileira exemplos de como a relação entre a influência estética e uma constante tentativa de superação então no cerne da relação entre cinema e teatro, arte e vida, passado e presente.

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