Abstract

A cisticercose, um dos mais sérios problemas parasitológicos do sistema nervoso, apresenta, quando localizada na fossa posterior, um quadro clínico dramático, no qual predomina a hipertensão intracraniana. Foram estudados neste trabalho, 70 pacientes com cisticercose de fossa craniana posterior, atendidos no Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de 1945 a 1968. Considerando-se a grande diversidade existente em torno das técnicas de tratamento cirúrgico, foi objetivo deste trabalho o estudo dos resultados obtidos nestes pacientes, nos quais várias técnicas foram empregadas. As cirurgias paliativas que derivam o trânsito do líquido cefalorraqueano para regiões extracranianas, quando comparadas aos outros tipos de cirurgias utilizados, foram as que proporcionaram maior índice de recuperação, exigiram menos reoperações, além de terem sido acompanhadas de menor número de complicações, bem como de menor mortalidade pós-operatória. Por outro lado, a neurocisticercose geralmente é um processo difuso, encontrando-se parasitas em várias regiões do encéfalo e/ou aracnoidite, conforme comprovou-se, também, entre os casos ora reunidos e que vieram a falecer. Baseando-se nestes fatos, não se justificam as derivações intracranianas e, a não ser eventualmente, a abordagem direta do parasita. Os casos estudados permitem cone- tatar, portanto, que as derivações extracranianas, por sua simplicidade e eficácia, apresentam-se, atualmente, como a terapêutica cirúrgica mais propriada à cisticercose de fossa craniana posterior.

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