Abstract

O artigo analisa de forma pioneira o grau de incerteza dos projetos do setor farmacêutico que receberam recursos de subvenção econômica da FINEP entre 2007 e 2014. Foram analisados 87 projetos de 60 empresas contemplados em 8 editais de subvenção. Os dados indicam um aumento do valor médio por projeto, bem como oscilações ao longo do período no aporte de recursos para projetos deste setor, ainda que seja um setor sistematicamente contemplado pelas recentes políticas industriais. A partir da taxonomia de incerteza e tipos de inovação de Freeman e Soete,52 projetos do setor farmacêutico foram classificados, caracterizando-se como um estudo multicaso. Esta análise permitiu inferir que, na média, os projetos apoiados envolvem incerteza moderada, apontando para a importância de políticas industriais sistêmicas que incentivem que as empresas brasileiras farmacêuticas avancem no desenvolvimento de atividades de inovação com maior grau de incerteza.

Highlights

  • Em vista das características dos investimentos em inovação requererem elevados montantes, grande incerteza e longo prazo de retorno há a necessidade de se criar instrumentos e mecanismos de financiamento diferenciados, por parte das empresas, dos mercados financeiros e pela ação explícita dos governos (Frenkel, 1993)

  • Esta forma de funding requer mais informação sobre os potenciais benefícios sociais e privados dos gastos pretendidos, o que pode produzir melhores resultados, do que simplesmente deixar para as empresas a escolha de seus projetos

  • O presente trabalho apresentou um esforço em avaliar os projetos farmacêuticos de subvenção apoiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) entre 2007-2014 de acordo com o grau de incerteza, seguindo metodologia desenvolvida em Cannan (2016)

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Summary

Introdução

Em vista das características dos investimentos em inovação requererem elevados montantes, grande incerteza e longo prazo de retorno há a necessidade de se criar instrumentos e mecanismos de financiamento diferenciados, por parte das empresas, dos mercados financeiros e pela ação explícita dos governos (Frenkel, 1993). Os resultados da Pesquisa de Inovação a (PINTEC/IBGE)de 2014mostram que estes financiamentos foram significativos na alteração das estratégias das empresas em termos de maior propensão às atividades inovativas, em especial para o setor farmacêutico, o qual foi alvo específico das políticas e instrumentos durante toda a primeira década dos anos 2000. Note que as empresas nacionais são as responsáveis por grande parte destes esforços e resultados, pois as multinacionais focam a maior parte dos investimentos em suas matrizes no exterior, realizando no Brasil pesquisa para apoio ao registro e testes clínicos (Paranhos, 2012). Portanto, esforços do setor farmacêutico brasileiro de incremento do grau de incerteza das atividades de inovação refletidas no desenvolvimento de produtos novos para o mercado nacional e mundial. Este trabalho se propõe a analisar em qual medida este aumento pode ser atribuído ao instrumento da subvenção econômica da FINEP, que por suas características de recurso não-reembolsável deveria ser utilizado no desenvolvimento de projetos de inovação mais arriscados e incertos

A Subvenção Econômica na FINEP
Metodologia
Findings
Conclusão
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