Abstract
Considerados como mídias interativas, os jogos eletrônicos têm suas características sonoras como fortes auxiliadoras para se obter uma UX (experiência de usuário) expandida: quer como feedback de ações dos jogadores ou como elemento construtor da atmosfera imersiva. As interfaces auditivas são pontes de comunicação designer-usuário que extrapolam os elementos visuais das telas. Os efeitos sonoros e trilhas têm ainda um papel importante para construção identitária do jogo, possibilitando ao jogador ter pleno conhecimento das ações. O presente trabalho buscou avaliar a capacidade do usuário de identificar ações do jogo apenas por seus respectivos efeitos sonoros, com o objetivo de estudar o papel do sound design na UX. Para isso, optou-se pelo estudo de caso da interface sonora do jogo Super Mario Bros., lançado pela Nintendo para o console NES, em 1985, e que deu origem a uma das mais importantes franquias de games da história. O estudo é relevante para o desenvolvimento de novos projetos sonoros em videogames, principalmente levando em consideração a possibilidade de se trabalhar aspectos inclusivos por meio da interface sonora.
Highlights
SOUND DESIGN IN GAMES AND user experience (UX): A CASE STUDY OF THE RELATIONSHIP BETWEEN SOUND EFFECTS AND GAME ACTIONS IN
Sound design, user experience (UX), sound effects, video games Considered as interactive media, electronic games have their sound features as strong support to obtain an expanded UX: as a feedback of the players’ actions or as a constructive element of the immersive atmosphere
This essay sought to evaluate the user’s ability to identify the game actions only through its respective sound effects, aiming to study the sound design role in the UX. It was opted for the case study of the sound interface of the game Super Mario Bros., released by Nintendo to the NES console, in 1985, which gave birth to one of the most important game franchises of the history
Summary
Em 2019, a indústria de games - incluindo devices e jogos para PC, consoles e mobile, além de mídias interativas (produção de conteúdo em vídeo a respeito de jogos eletrônicos e XR — Extended Reality —, que engloba realidades virtual, aumentada e mista) movimentou US$ 121,1 bilhões de dólares (SUPERDATA, 2020). Para garantir que o jogador sinta-se ainda mais imerso no universo do videogame, a construção sonora foi, e ainda é, parte imprescindível da criação de um jogo eletrônico. As trilhas sonoras — tanto músicas quanto efeitos (ALVES, 2012) — dos jogos evoluíram de acordo com a melhoria da capacidade técnica dos hardwares, principalmente dos consoles domésticos. Nos anos de hardware mais limitado, como os da chamada segunda geração dos consoles (Fairchild Channel F, Atari 2600, Magnavox Odyssey) ou da terceira geração, a “era dos 8-bits” (Famicom/NES, Master System, Atari 7800), o uso de elementos sonoros precisava ser simplificado ao máximo, de maneira a não tornar a experiência sonora do jogo grotesca e, ao mesmo tempo, imprimir um mínimo de realismo às ações dos personagens. A construção sonora do Super Mario Bros. é considerada uma das mais icônicas da história dos videogames domésticos (GREENING, 2014)
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