Abstract

O nosso artigo visa analisar as diferentes dimensões e os vários contornos do secularismo contemporâneo. Situamos o nosso marco teórico na perspetiva dos múltiplos secularismos de Alfred Stepan e das análises sensíveis aos diferentes contextos políticos, sociais e religiosos de Rajeev Bhargava. Para tal, delimitamos a nossa investigação às relações entre o Estado português e as igrejas e comunidades religiosas no período pós 1974. Ao examinarmos o seu padrão democrático de relação Estado-Igreja, nomeadamente através da observação dos mecanismos de apoio financeiro estabelecidos, procuramos entender em qual dos atuais modelos de secularismo Portugal se enquadra. O fato de este ser um estudo de caso controvertido, onde existe um modelo de separação com cooperação entre Estado e Igreja e, por consequência, um espírito de diálogo, negociação e de permanentes (re)definições do espaço público e simbólico de ambos, com particular destaque para uma religião específica, ajuda-nos a compreender o quão ambíguas e plásticas podem ser as fronteiras do secularismo moderno.

Highlights

  • Multiple secularisms perspective and Rajeev Bhargava’s context-sensitive analysis of different political, social and religious environments

  • The fact that this is a contested case study, where we find a model of separation with cooperation between State and church and, consequently, a spirit of dialogue, negotiation and of enduring (re) definitions of public and symbolic space of both of them, with special emphasis on one specific religion, certainly help us to comprehend how ambiguous and pliable the boundaries of modern secularism can be

  • Não somente a princípios de separação estrita da religião e política, justificados pela utilização de argumentos seculares ou de ética pública; mas, também, implica outras justificações discursivas, refletindo várias instituições e políticas concretas, que regulam a relação entre religião e política e

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Summary

Introduction

Multiple secularisms perspective and Rajeev Bhargava’s context-sensitive analysis of different political, social and religious environments. 3) afirmarem que o termo, tal como o seu autor o havia construído, não é uma antítese da religião ou o lado de um binário secular-religioso; outros autores (Dobbelaere, 2004; Hurd, 2008; SWATOS; Christiano, 1999) defendem que ele pretende designar um movimento militante, de emancipação humana e política, comprometido com uma ordem mundial e com um programa de ação individual de solução dos problemas humanos, sem recorrer às irrelevantes explicações da igreja e da religião.

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