Abstract
A partir da paisagem e dos monumentos do Largo da Liberdade, em São Paulo, como a Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados e a estátua do Regente Diogo António Feijó, António Botto reflete sobre a história brasileira, destacando as violências e as injustiças que ficaram inscritas naquele espaço público. Assim, as três versões de um mesmo poema, reescrito durante a primeira metade da década de 1950, publicadas primeiro na imprensa e, finalmente, na versão final em Fátima – Poema do Mundo (1955), com o título de “Cântico da Alma Brasileira”, remetem ao passado do Brasil, bem como apontam caminhos para a compreensão do presente e a possibilidade otimista e ufanista do futuro do país. É importante destacar que as versões do poema afirmam os recentes interesses literários que o escritor buscava juntar à sua produção poética desde a década anterior, sobretudo os interesses sociais, políticos e religiosos, entrelaçados nos três textos de maneira exemplar, como em parte considerável de sua produção tardia. Desse modo, de acordo com a noção de “lugares de memória” do historiador francês Pierre Nora (1993), analisamos como Botto, mediante seu olhar de poeta estrangeiro, avalia alguns dos processos de construção da memória social coletiva do Brasil, ao buscar representar acontecimentos históricos relegados ao esquecimento.
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