Abstract

O processo conhecido como “Lava Jato”, iniciado em 2014, envolveu diversos agentes, incluindo partidos políticos, empresários, agentes estatais e o setor da construção civil. Este artigo se concentra na depreciação da imagem de três empresas do setor da construção civil e nas estratégias adotadas para reconstruir sua reputação. A Lava Jato resultou em perdas simbólicas e econômicas para as três empresas envolvidas. As perdas foram analisadas por um processo de que chamamos de reelaboração da face (GOFFMAN, 1985). Através de uma pesquisa qualitativa e da análise de conteúdo, evidencia-se que as denúncias do Ministério Público destacaram atos de corrupção como uma conduta individual racional dos agentes denunciados, enfatizando como desvio moral. Após a prisão da elite econômica, as empresas passaram a reconstruir sua imagem por meio de documentos que enfatizam integridade, transparência, conformidade e ética, negando a corrupção e o comportamento desviante do passado. As análises concluem que as empresas realizaram mudanças em seus logos, imagens, conselhos e documentação interna, buscando legitimidade através da ética e da transparência. Esse processo de reconstrução da imagem envolveu esquecimento seletivo e a criação de uma nova memória pública, permitindo que as empresas escolhessem o que lembrar e o que esquecer (DOUGLAS, 1998). A mudança incluiu o apagamento dos sobrenomes associados à Lava Jato.

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