Abstract
Artigo que examina a dinâmica biopolítica entre resistência e controle no contexto religioso da Amazônia, analisando três casos específicos: os recomendadores de almas em Parintins, a prática da umbanda no mesmo município e o neopentecostalismo em Manaus. Em todos esses casos, observamos uma complementaridade na dinâmica biopolítica, com diferentes formas de resistência e controle em jogo. Por um lado, tanto os recomendadores de almas quanto a prática da umbanda representam formas de resistência à marginalização pela igreja tradicional, e o neopentecostalismo se destaca por exercer um controle social mais eficaz e difuso. Por outro lado, tanto entre os recomendadores de alma quanto na Umbanda, há também circulação e exercício de poder, uma vez que se trata de lideranças que fazem circular certos tipos de poder; ao mesmo tempo, no neopentecostalismo há também resistência e certo modo ético de governar a si mesmo, que escapa a uma analítica simplista.
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