Abstract
As discussões recentes sobre a “descolonização” da produção de conhecimento destacam a importância de centralizar perspectivas “das margens” – uma ação fundamental, mas insuficiente, na medida em que corremos o risco de manter o cânone intacto. O livro de Jürgen Habermas sobre a esfera pública burguesa é uma das obras canônicas mais citadas e discutidas nos Estudos da Mídia e da Comunicação. A partir do caso das cafeterias e dos jornais de Londres, este artigo defende um gesto de re-engajamento crítico com pensadores canônicos. Aborda-se como o surgimento de uma esfera pública burguesa na Inglaterra dos séculos XVII e XVIII pode ser vista por meio de uma releitura situada no contexto da escravidão e do tráfico de pessoas escravizadas. Evidencia-se que a raça não oferece meramente um outro “prisma” para examinar a esfera pública burguesa – ao contrário, a raça é aquilo que viabiliza sua existência e é constitutiva dessa esfera pública. A reprodução de silêncios canônicos por meio da continuidade da circulação de obras influentes traz certas implicações para os modos como conceituamos públicos racializados na contemporaneidade.
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