Abstract

RESUMO O artigo se dedica a examinar a articulação entre dois movimentos de contestação da representação, identificados nos domínios da política e da literatura. Refiro-me aqui aos questionamentos da democracia representativa que acompanhamos na série de protestos entre 2010-2013 e à discussão sobre a legitimidade das produções artísticas para representar integrantes de minorias diversas. Esses abalos da representação serão analisados, sobretudo, como pressões por alterações na chamada partilha do sensível (Rancière). Ao buscar traçar correspondências entre esses dois movimentos de contestação, destacarei suas ligações com modificações tecnológicas e discursivas de impacto, tais como o desenvolvimento da comunicação em rede, a expansão do discurso do testemunho e de suas formas próprias de subjetivação. Por fim, discutirei o risco dessa demanda por mudança na partilha do sensível resultar não na ampliação concreta da democracia nos domínios da política e da literatura, mas na criação de bolhas digitais e culturais caracterizadas pela homogeneidade e pela intransigência.

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