Abstract
O termo marginal comporta nuances de significações que reverberaram nas teorias sociais para explicar os processos de marginalização e exclusão forjados pelo capitalismo na América Latina, bem como a noção também ecoa na crítica literária. Desse modo, a noção de marginalidade reveste-se de enredamentos que movem a acepção por dimensões estéticas, políticas e sociais. Numa abordagem estritamente artística, marginais são as produções que rompem com normas e paradigmas estéticos, afrontando o cânone literário. Mas é possível situá-la no deslizamento de sentido que irá se referir àqueles classificados de bandidos e delinquentes, que vivem à margem da lei, excluídos e marginalizados social, econômica e culturalmente. O presente estudo faz um recorte dentro da obra do escritor paulista João Antônio, observando a temática da marginalidade que se mostra por meio dos seus personagens marginais à sociedade e à literatura, pois João Antônio vai narrar a história do submundo, daquele que é invisibilizado. O recorte deste estudo privilegia narrativas do contista que, entre as décadas de 1960 e 1980, produziu obras em que os marginalizados entram definitivamente nas páginas de nossa literatura como verdadeiros protagonistas. Para problematizar a questão da marginalidade na obra de João Antônio iremos analisar dois contos: “Malagueta, Perus e Bacanaço”, que integra a coletânea de mesmo nome, primeiro livro publicado por João Antônio, em 1963, ganhador de vários prêmios, inclusive o Jabuti; e o conto “Paulinho Perna Torta”, do livro Leão de Chácara (1975).
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