Abstract

O presente ensaio teórico discute o tema das relações raciais no Brasil e explora suas interfaces com os estudos sobre gestão da diversidade nas organizações. Para tanto, busca problematizar a apropriação que a referida área de estudos tem feito dos trabalhos norte-americanos, colocando em segundo plano - ou até mesmo ignorando - os estudos sobre relações raciais desenvolvidos pela antropologia e pela sociologia brasileiras. Essa problematização nos ajuda a perceber que os estudos organizacionais no Brasil têm se colocado de maneira deslocada nesse debate, seja pela suposição de que nossa gestão da diversidade deve seguir parâmetros anglo-saxões, seja pelo distanciamento que a área tem mantido dos estudos brasileiros que abordam minorias raciais e sua dinâmica de relações. A parte final do ensaio recupera dois importantes trabalhos produzidos no âmbito dos estudos brasileiros sobre relações raciais e, a partir deles, analisa as possíveis contribuições desse debate para o estudo de organizações brasileiras. Este trabalho termina chamando a atenção dos pesquisadores para a necessidade de se resgatar o debate brasileiro como forma de contextualizar a gestão da diversidade no Brasil.

Highlights

  • This theoretical essay discusses the issue of race relations in Brazil and explores its interfaces with studies on diversity management in organizations

  • Outras pesquisas buscaram aprofundar a questão do racismo no Brasil com base nos indicadores de desigualdade social (Hasenbalg, 1979/1995), e os movimentos negros articularam-se de forma mais estruturada e politizada para inserir o racismo no debate nacional (Domingues, 2007)

  • Não se trata de afirmar alguma singularidade ou excepcionalidade do caso brasileiro, pois já vimos que isso foi desmascarado pelo projeto Unesco nos anos 1950, mas de considerar que as organizações brasileiras, apesar de ainda hoje serem dependentes das práticas e do conhecimento em gestão, e organização do Norte Global, podem (e devem) ser pensadas de maneira específica, lançando mão do conhecimento produzido durante décadas por nossos sociólogos e antropólogos, mas que, com algumas exceções (Ex. Prestes Motta & Caldas, 1997), estiveram fora da reflexão sobre organizações no Brasil

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Summary

Quanto à carga afetiva

Tende a ser mais intelectivo e estético, pois a atribuição de inferioridade depende dos traços negroides e não se traduz em ódio racial, mas em tratamento diferenciado. Tende a ser mais emocional e mais integral, pois a atribuição de inferioridade é irrefletida e traz consigo o ódio racial que justifica a segregação entre os grupos

Quanto à etiqueta
Quanto à reação do grupo discriminado
11. Quanto à estrutura social
12. Quanto ao tipo de movimento político a que inspira
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