Abstract

Neste presente artigo, discutimos as relações entre as possíveis formas de argumentação que se constituem por meio de relações intersubjetivas resultantes da presença, no texto, de noções modais veiculadas por diferentes marcas léxico-gramaticais-enunciativas. Nossas observações pautam-se em narrativas produzidas por alunos do 6º ano de Ensino Fundamental, tendo em vista apontar questões enunciativas a serem trabalhadas nas práticas de produções textuais. O quadro teórico adotado é a Teoria das Operações Enunciativas e Predicativas, de autoria de Antoine Culioli, que considera a articulação entre linguagem e a pluralidade das linguagens naturais no estudo e análise dos textos. A opção teórica justifica-se pela relevância de se observarem os processos geradores de linguagem no exercício de produção textual desenvolvido no ensino de língua, o que implica colocar em relação as atividades epilinguística, linguística e metalinguística.

Highlights

  • Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional

  • As práticas pedagógicas focadas nos textos ganharam lugar central à medida que se pretendia despertar no aluno o interesse pela linguagem, por meio da realização de atividades de uso linguístico, observando os efeitos de sentido produzidos

  • Esse movimento linguagístico1 faz-se por meio das operações de representação mental, referenciação linguística e regulação intersubjetiva que correspondem, respectivamente, às operações de ordem psicológicas, sociológicas e psicossociológicas que entram em relação na atividade de linguagem

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Summary

Introdução

Os professores de língua portuguesa – quer dos anos iniciais quer finais do Ensino Fundamental ou médio – têm o desafio de desenvolver práticas didáticas que envolvam o aprendiz na atividade de produção textual oral e escrita, de modo que sejam propostas significativas capazes de impulsionar o desenvolvimento cognitivo e discursivo dos alunos. Essa orientação sobre a atividade epilinguística, que é o conceito central em que nos pautamos como meio de se articular a relação entre a linguagem e a língua, não é suficiente para que os professores alterem suas práticas quanto ao ensino de gramática. Ressaltando-se, então, a relevância de se trabalhar em uma perspectiva reflexiva no ensino, pela qual se propõe a articulação entre texto e gramática, instalamo-nos nessa concepção para discutir a questão de pesquisa aqui proposta, qual seja, as possíveis formas de argumentação que se constituem por meio de relações intersubjetivas resultantes da presença, no texto, de noções modais veiculadas por diferentes marcas léxico-gramaticaisenunciativas. Dentre as várias possibilidades de recursos linguísticos que podem instaurar posicionamentos dos enunciadores, e assim provocar um ganho à narrativa, trabalhamos com a hipótese de que o emprego de marcadores modais pelos alunos seja um desses recursos e a indução ao seu uso pode contribuir significativamente para refinar esses textos em relação às marcas argumentativas apresentadas. Operando com a atividade epilinguística, pretendemos mostrar que a distinção gramatical entre classes de palavra é tênue e pode ser repensada pelo viés enunciativo que adotamos para o qual se ressaltam as operaçõesnoções linguístico-enunciativas na construção textual

Considerações Teóricas
Noções de modalização
Observação dos dados
Considerações finais
Lisboa
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