Abstract

Neste artigo, buscamos compreender, dialogicamente, o termo “escrevivência” proposto pela pesquisadora e escritora brasileira Conceição Evaristo, aprofundando a discussão do conceito por meio da análise dialógica do romance Becos da memória (2018). Nossas reflexões se edificam em dois eixos analíticos: a) escrevivência como ato de resistência e as reverberações dessa escrita de si na construção discursiva das personagens do romance; b) escrevivência como lugar de confluência do heterodiscurso dialogizado e os tons de denúncia refletidos e refratados no discurso do romance em foco. Por meio das análises, é possível vislumbrar a escrita de si como lugar de (re)construção de memórias, como ato, como existir no mundo. A favela, nesse sentido, ganha corpo, voz e sentidos: através dos fatos em quebra-cabeças, dialogicamente guiados pela narradora, o leitor capta o jogo de forças sociais que sustenta a ambiência da favela. Valores sociais e subjetivos como o amor, o ódio, a solidariedade, a violência, a amizade, a sobrevivência individual e coletiva emergem dessa escrita, produzindo resistência na sociedade contemporânea.

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