Abstract

A economia solidária pode ser considerada como uma alternativa para a geração de renda, para o combate à pobreza e para a ruptura com a lógica social da desigualdade, desde que promova o protagonismo dos pobres, o qual é necessário para que intervenções políticas nesse campo sejam eficazes. O artigo aborda esse tema mediante o exame de evidências colhidas em pesquisas empíricas e por meio de uma exploração dos dados finais do Primeiro Mapeamento Nacional da Economia Solidária no Brasil. Ao comparar os empreendimentos solidários com as características gerais das empresas no país, segundo as estatísticas nacionais, sobressaem-se singularidades dos empreendimentos solidários, como a propensão a preservar os postos de trabalho e a manter princípios igualitários na distribuição dos rendimentos e benefícios decorrentes de suas atividades econômicas. Tais regimes de equidade, presentes em sua gênese, são constitutivos de sua forma social de produção.

Highlights

  • O debate sobre as vias de superação das desigualdades econômicas já estabeleceu linhas de argumentação sólidas sobre a ineficácia do crescimento econômico como fator espontâneo de distribuição da riqueza

  • Estudos quali80 tativos (Esteves, 2004; Novaes, 2007) e análises anteriores de dados quantitativos (Asseburg, 2007; Gaiger, 2007; Ogando, 2007) indicam que, em função de suas condições de gênese e de suas características intrínsecas, essas experiências econômicas se inclinam a regimes de igualitarismo na distribuição dos seus resultados

  • Relações entre equidade e viabilidade nos empreendimentos solidários construção (14%), o comércio (56%) e os serviços (30%), empregando em média duas pessoas nesses dois últimos setores e cinco pessoas, no primeiro

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Summary

Luiz Inácio Gaiger

O debate sobre as vias de superação das desigualdades econômicas já estabeleceu linhas de argumentação sólidas sobre a ineficácia do crescimento econômico como fator espontâneo de distribuição da riqueza. Medidas orientadas à ativação econômica dos setores sociais empobrecidos, e não apenas a melhorias em seu poder aquisitivo, são as mais indicadas para provocar efeitos benéficos sobre a equidade e o desenvolvimento social e econômico (Kliksberg, 2002; Abramovay, 2004; Hespanha, 2005). As iniciativas de trabalho e produção identificadas com a economia solidária, contabilizadas entre as alternativas de geração de renda que promovem a autonomia econômica dos trabalhadores, poderiam funcionar como vetores de redução das desigualdades. O perfil social e econômico retratado pelo Mapeamento, quando se contrastam os empreendimentos solidários com as demais organizações produtivas, corrobora a percepção de que a equidade não se institui por um ato deliberativo segundo, mas pertence à natureza original dessas iniciativas, sendo-lhes estruturalmente constitutiva. Como elemento intrínseco aos empreendimentos, torna-se parte de sua lógica de reprodução

Relações entre equidade e viabilidade nos empreendimentos solidários
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Referências bibliográficas
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Findings
RELAÇÕES ENTRE EQUIDADE E VIABILIDADE NOS EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS

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