Abstract

Em um contexto em que as guerras se transformaram, envolvendo cada vez mais civis e meios urbanos, e no quadro de uma nova tensão nas relações norte-sul (em particular entre a Europa e a África) a respeito das migrações internacionais, a intervenção humanitária muda de sentido e de função. Cada vez mais ela se orienta para o controle e o confinamento dos desenraizados, dos refugiados, dos que reivindicam asilo e de todos os que, em um momento ou outro de sua trajetória, são qualificados de clandestinos. Em sua intervenção, os funcionários da ajuda humanitária lidam com a "vida destituída" dos dependentes de auxílio, tratados como vítimas absolutas e despojados de qualquer inserção social. Entretanto, na clandestinidade ou nos próprios campos, os refugiados tomam a palavra e desenvolvem iniciativas e respostas a seu confinamento, elegendo muitas vezes como alvo as organizações humanitárias governamentais ou da ONU. A linguagem humanitária é, assim, reutilizada ou redirecionada.

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