Abstract

O artigo discute como a ação dos movimentos sociais de luta por acesso à terra promove mudanças não restritas à apropriação do território, pois se estendem à constituição de uma identidade territorial na medida em que o acesso ao assentamento rural se estabelece e consolida. O objetivo é analisar o processo identitário estabelecido entre os assentados do assentamento São Domingos dos Olhos D’Água, localizado ao sul do Município de Morrinhos, no Estado de Goiás. A investigação do objetivo pertinente à pesquisa implicou na adoção de uma perspectiva descritiva, da modalidade estudo de caso quanto à natureza das variáveis relativas ao processo de territorialização da luta por reforma agrária, seguida pela abordagem metodológica qualitativa quanto à coleta e análise dos dados. Observou-se no assentamento rural investigado a produção de processos de identificação socioterritorial entre os assentados. Conclui-se que a constituição de um novo território a partir da realização de ações pertinentes à reforma agrária resulta em uma experiência territorial balizada por relações de produção, poder e conflitos mediados na identidade territorial e nas distinções entre o momento de reivindicação da reforma agrária, a ação coletiva, e a fixação à terra, com a reprodução parcial de uma lógica produtiva individual.

Highlights

  • Reforma Agrária e territorialização da agricultura familiar: o caso do Assentamento São Domingos dos Olhos D’Água/Morrinhos (GO)

  • O instrumento utilizado na pesquisa de campo foi aplicado em todos os assentados, participantes ou não, da Cooperativa e da Associação de Agricultores existentes no assentamento, e deveria totalizar 86 indivíduos, permitindo ao pesquisador fazer uma leitura dos documentos oficiais e também das entrevistas, dos enfrentamentos ocorridos no processo de ocupação e posse da terra do assentamento objeto de estudo

  • Ao analisar os dados coletados nas entrevistas realizadas no assentamento São Domingos dos Olhos D’água, nos meses de dezembro de 2013, janeiro e fevereiro de 2014, ficou evidente que o tempo de residência do parceleiro no assentamento é, em sua maioria, o mesmo de existência do assentamento

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Summary

Introdução

Os conflitos e os movimentos sociais no campo apresentam uma variabilidade e uma complexidade expressivas. Como a territorialização é o resultado da relação entre o domínio e a apropriação simbólica dos espaços em diferentes escalas por diversas classes sociais, podem formar-se diferentes territorialidades simultaneamente. A elaboração de uma identidade social e territorial materializada no espaço, como nos assentamentos rurais, pode fortalecer a luta pela terra mediante a constituição de uma territorialidade percebida como resultado da luta coletiva em defesa da reforma agrária e da agricultura familiar. Discute-se como a ação dos movimentos sociais de luta por acesso à terra promove mudanças não restritas à apropriação da terra, mas estende-se à constituição de uma identidade territorial na medida em que o acesso ao assentamento rural se estabelece e consolida. E a última seção apresenta as conclusões examinadas a partir das referências conceituais utilizadas no decorrer do artigo

Reforma agrária e agricultura familiar no Brasil
Método
Trajetória social e construção identitária
Processos identitários no assentamento
Findings
Considerações finais
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