Abstract

Os jogos digitais são objetos relativamente novos na história das infâncias, e podem ser compreendidos através de diversos olhares. Neste artigo levantamos quatro reflexões sobre os jogos digitais e crianças a partir de uma visão alinhada com a sociologia da infância. A primeira reflexão diz respeito ao estigma que recai sobre os jogos digitais por sua associação com o universo infantil, por meio de uma visão adultocêntrico. A segunda descreve os jogos digitais como molduras para o brincar da criança, e consequentemente influenciadoras das formas com as quais as crianças aprendem e se inserem no universo cultural mais amplo. Discutimos, nesse contexto, não apenas as possibilidades dos jogos digitais influenciarem as crianças, mas também as possibilidades delas contestarem e construírem seus significados, interagindo ativamente com esses elementos culturais. A terceira problematiza a noção de geração game, destacando a heterogeneidade das gerações. A quarta ressalta a importância dos estudos acadêmicos escutarem mais as vozes das crianças ao se discutir as relações dos jogos digitais com as infâncias. As reflexões do texto tem o objetivo de enriquecer as discussões tanto nos campos de estudo dos jogos digitais quanto no das infâncias, levantando aspectos que merecem ser pensados com mais profundidade e problematizando o papel do adulto nas relações das crianças com os jogos digitais.

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