Abstract

Desde os anos de 1970, as representações das mulheres no cinema tem sido objeto de crítica das teóricas feministas, que destacam a relevância do cinema narrativo clássico como produto e produtor do imaginário patriarcal. Contudo, ancorada numa perspectiva psicanalítica, essa vertente teórica apresenta algumas limitações, como a ênfase na mulher branca como modelo de feminilidade e a construção binária do prazer visual. Neste artigo, a partir de estudos que discutem a experiência histórica das mulheres negras, busca-se problematizar a intersecção de gênero e raça como determinante nos sistemas de representação, na construção do prazer visual e nos modos de recepção fílmica, o que indica novas possibilidades para o reconhecimento das mulheres negras na teoria feminista do cinema.

Highlights

  • Since the 1970s, the representations of women in the cinema have been object of criticism of the feminist theorists, that emphasize the relevance of the classic narrative cinema as product and producer of the patriarchal imaginary

  • Tais procedimentos são capazes de dar a impressão de que a história se conta sozinha, incitando a identificação de quem assiste com as personagens, seus dilemas, conflitos e desejos, suas jornadas rumo à resolução dos problemas, bem como encantar-se com a magia dessa fábrica de sonhos (Bordwell, 2005; Xavier, 2005)

  • Reconstructing womanhood, reconstructing feminism: writings on black women

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Summary

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Recent feminist theory has shown that the nursery maid in Freud’s own time played an important, largely unacknowledged, role in initiating the child into sexual knowledge. Essa sequência em que a personagem de Whoopi se transforma em um homem demonstra, segundo a autora, uma continuidade dos papéis cômicos interpretados por essa atriz negra, “sempre codificada nas comédias como mais masculina do que feminina”. Que não se enquadra na ideia de uma feminilidade branca preestabelecida (Figura 3), poderia ser analisada, de acordo com a autora, a partir das formulações da filósofa Judith Butler como uma subversão das normas de gênero, ao romper com a compulsória coerência entre gênero, anatomia e performance. 333, tradução nossa) argumenta que “[...] em certos casos, como os que envolvem a mulher não-branca, muitas vezes considerada, nas palavras de [Homi] Bhabha, ‘não completamente’ uma mulher, este tipo de ‘jogo’ pode ter implicações extremamente conservadoras [...]”11, pontuando assim a necessidade de se pensar a intersecção de gênero e raça Modleski (1999, p. 333, tradução nossa) argumenta que “[...] em certos casos, como os que envolvem a mulher não-branca, muitas vezes considerada, nas palavras de [Homi] Bhabha, ‘não completamente’ uma mulher, este tipo de ‘jogo’ pode ter implicações extremamente conservadoras [...]”11, pontuando assim a necessidade de se pensar a intersecção de gênero e raça

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