Abstract
Este trabalho objetivou contribuir para a caracterização dos usos de recursos florestais tomando como estudo de caso o assentamento Horto Vergel em Mogi-Mirim, Estado de São Paulo. A metodologia utilizou como ferramenta de coleta de dados entrevistas semiestruturadas com os agricultores assentados, além da observação direta no campo. Os agricultores entrevistados foram aleatoriamente amostrados, representando 42,63% da população total do assentamento. Os resultados indicaram que a grande maioria dos agricultores do assentamento 12 de outubro (81,4%) utilizava recursos florestais em alguma escala, porém eles não o faziam de forma adequada, o que poderá levar à exaustão desses recursos em médio prazo. Tais recursos são mobilizados para a produção de carvão, madeira, venda de tocos de eucalipto, produção de óleo essencial e muito pouco de atividades apicultoras e coleta de sementes para produção de mudas. Os recursos florestais, de modo geral, entre as possibilidades estratégicas, ainda são vistos como secundários e coadjuvantes, ou até antagônicos, para se atingirem os objetivos de permanência no lote.
Highlights
The present work aims to contribute to the characterization of forest resource use in rural settlements, taking as the case of study the settlement Horto Vergel in Mogi-Mirim, São Paulo State
Avaliaram-se os itens que auxiliassem a caracterização do lote e do produtor, relativos ao destino das áreas de produção e influências no desenvolvimento das atividades de base florestal
No primeiro grupo (Tabela 5), foram analisados os agricultores que desenvolviam um tipo de produto florestal (69,8%), no segundo grupo (Tabela 6) os que realizavam duas atividades florestais, representados por 23,5% da população entrevistada; e, por último (Tabela 7), os que desenvolviam três atividades florestais com apenas 2,3% da população
Summary
Desde o tempo do Brasil-colônia, o modo de legitimar e garantir a posse da terra no Brasil foi a completa derrubada da floresta e sua transformação em pastagens e lavoura (BEDUSCHI FILHO, 2003), o que conforma a estreita relação da ocupação do solo e do meio ambiente (questão agrária versus questão ambiental). Na realidade, transformam-se em áreas exploradas e, ou, manejadas de modo inadequado, atendendo às necessidades reprodutivas dos assentados rurais, que, mesmo sem o aval legal, acabam avançando sobre a gleba de terra com florestas, o que pode fazer a diferença de produção para sua sobrevivência e de sua família. A presença dos recursos naturais provenientes de florestas dentro de assentamentos rurais de reforma agrária é tida como impasse (WHITAKER, 2002), que pode ser explicado por diversos fatores, como as incertezas quanto ao manejo dentro das possibilidades e impossibilidades definidas pela legislação; a falta de conhecimentos técnicos; ausência e, ou, ineficiência de assistências técnicas em suprir as demandas; a falta de sensibilização e conscientização ambiental; e, mesmo ainda, o desconhecimento sobre formas de manejo adequado de novos produtos de procedência florestal, madeireiros ou não, produtos esses fora da agenda daqueles considerados tradicionais. O objetivo deste artigo foi contribuir para a caracterização dos usos de recursos florestais, tomandose como referência o assentamento 12 de Outubro, também conhecido como Horto Vergel, em Mogi-Mirim, Estado de São Paulo
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