Abstract

Meu objetivo é comentar a distopia a partir de uma abordagem que tem destacado, desde o início, questões de escrita em suas intersecções com questões de gênero e da desconstrução da alta e da baixa cultura. Na primeira parte do artigo, desenvolvo uma reflexão sobre o gênero da distopia, seus elementos constitutivos e suas transformações, com um olhar específico para sua dimensão de gênero, suas características formais e temáticas, bem como seus modos de articular horizontes de esperança. Na segunda parte, eu reflito sobre as convenções e desenvolvimentos da distopia, me apoiando nos estudos de Lyman Sargent (1994, 2022), em meu próprio trabalho e junto com Tom Moylan (2003, 2020), e os de Ildney Cavalcanti (2000), Ruth Levitas (2007). Entendo que a distopia permanece sendo um termo para um gênero literário distinto, com sua história particular, suas características formais, mas também sua forma evolutiva. Na terceira parte do artigo, analiso o romance de Leni Zumas, As horas vermelhas: para que servem as mulheres, como exemplo das distopias críticas produzidas hoje. Finalmente, concluo que, em tempos sombrios, a literatura distópica se torna ainda mais importante para nós, oferecendo tanto as ferramentas quanto o incentivo necessário para que interpretemos criticamente e transformemos nosso presente.

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