Abstract

O conceito de reconhecimento é central para a compreensão das interações comunicacionais sobre questões sociais e políticas. Este artigo propõe uma reflexão acerca do conceito, procurando destacar alguns de seus limites em três aspectos principais: (1) sua dimensão epistêmica pauta-se sobretudo em uma noção ocidental de racionalidade; (2) seus fundamentos morais concentram-se em um aspecto racional, ao qual se poderia acrescentar a experiência emocional da política e (3) há um tensionamento latente acerca da relevância da biografia, da experiência e do testemunho para alargar o quadro de referência do reconhecimento.

Highlights

  • O conceito de reconhecimento é central para a compreensão das interações comunicacionais sobre questões sociais e políticas

  • Este artigo propõe uma reflexão acerca do conceito, procurando destacar alguns de seus limites em três aspectos principais: (1) sua dimensão epistêmica pauta-se, sobretudo em uma noção ocidental de racionalidade, (2) seus fundamentos morais concentram-se em um aspecto racional, ao qual se poderia acrescentar a experiência emocional da política e (3) há um tensionamento latente acerca da relevância da biografia, da experiência e do testemunho para alargar o quadro de referência do reconhecimento

  • Este artículo propone una reflexión sobre el concepto, tratando de resaltar algunos de sus límites en tres aspectos principales: (1) su dimensión epistémica se basa principalmente en una noción occidental de racionalidad, (2) sus fundamentos morales se centran en un aspecto racional, al que se podría agregar la experiencia emocional de la política y (3) hay una tensión latente sobre la relevancia de la biografía, la experiencia y el testimonio para ampliar el marco de referencia del reconocimiento

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Summary

ÂNGELA CRISTINA SALGUEIRO MARQUES

O conceito de reconhecimento é central para a compreensão das interações comunicacionais sobre questões sociais e políticas. Se um recenseamento desse panorama ainda parece estar por ser feito, nota-se uma produção constante, ainda que localizada, de pesquisas voltadas para compreender as questões do reconhecimento em suas relações com os estudos de Comunicação. Isso remete aos estudos clássicos sobre o tema, em particular as perspectivas formuladas por Habermas (1999, 2005) em sua Teoria da Ação Comunicativa e revista em vários outros momentos – sobretudo a partir de críticas como as de Nancy Fraser e Axel Honneth, ou no diálogo com Rawls – a respeito das possibilidades e do potencial deliberativo das interações comunicacionais. A teoria do reconhecimento, em sua interface com as pesquisas em Comunicação, situa-se dentro de uma perspectiva crítica, mas que, ao mesmo tempo, dialoga com outras correntes da teoria democrática, em particular o comunitarismo de Walzer ou mesmo, em outra escala, com questões mais voltadas para a justiça e o Direito, nos momentos em que poderia ser aproximada de Rawls e Kelsen. Talvez fosse o caso de pensar, no plural, em reconhecimentos, na medida em que às múltiplas demandas em ebulição no âmbito social parecem corresponder também formas distintas de pensar o que significa, em cada caso, o reconhecimento

Interfaces entre a comunicação e o reconhecimento
Considerações finais
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