Abstract
O propósito deste trabalho é problematizar a tematização da questão racial na psiquiatria brasileira. A partir do debate sobre raça e racismo (presente em Fredrickson, Hund e Wade), esse trabalho busca analisar a noção de raça e racismo a partir do quadro analítico desenvolvido por Michel Foucault. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é compreender qual a especificidade da questão racial e do negro nas práticas e discursos da psiquiatria brasileira entre o final do século XIX e início do século XX. Em termos metodológicos, considerou-se a psiquiatria como um dispositivo: uma rede de práticas de poder, discursos de saber e modos de concepção de sujeitos. Assim, nos discursos e nas práticas psiquiátricas desse período, analisamos como características físicas e fenotípicas de indivíduos e grupos negros foram operacionalizadas, submetendo esses sujeitos à condições de inferioridade e de desigualdade. Por último, buscamos apresentar contribuições para as possíveis reflexões sobre a relação entre as práticas psiquiátricas de racismo interno e a proposta de “branqueamento” da nação (compreendendo-a como uma estratégia biopolítica de gestão da população brasileira).
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