Abstract

Além de expressar uma grave crise sanitária, ceifando mais de 670 mil vidas no Brasil até dezembro de 2022, a Pandemia da Covid-19 agravou as desigualdades sociais. No entanto, no contexto pré-pandêmico a crise socioeconômica e a instabilidade institucional já se aprofundava no país, restringindo a capacidade de intervenção estatal diante da adoção de medidas de austeridade fiscal neoliberal. O estudo avança na análise das particularidades dos impactos sanitários e socioeconômicos da Pandemia da Covid-19 na Região Nordeste do Brasil, tendo em vista que o processo histórico desigual e combinado de expansão capitalista no país, produziu profundas desigualdades regionais. Dessa forma, considera-se fundamental verificar o comportamento de indicadores sociais no período pandêmico na Região Nordeste do Brasil, destacando também casos singulares dos estados nordestinos. Por isso, o presente estudo analisa as implicações do ajuste fiscal para o agravamento das condições de pobreza e desigualdade social no estado do Rio Grande do Norte. Para tanto, foram realizados estudos bibliográficos e documentais acompanhados de coleta e análise de dados socioeconômicos obtidos em fontes secundárias. A análise das informações demonstra que houve piora nos indicadores sociais da Região, tendo sido mais acentuada ainda no Rio Grande do Norte, refletindo déficits históricos acumulados. Esse agravamento não decorre somente da pandemia mas das opções e decisões de governos no período pré-pandêmico, vislumbrando interesses do capital financeiro, deixando a população sem a proteção rápida e adequada na emergência sanitária, inclusive em relação à letargia e insuficiência nos investimentos sociais para garantia de renda e dignidade.

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