Abstract
Este texto descreve a construção social da posição brasileira no setor do agronegócio em Moçambique como uma inciativa neocolonial em relação às economias emergentes, especialmente pela reprodução de estratégias econômicas e políticas dos países centrais voltadas para o controle do domínio territorial. O estudo dessas complexas relações deixa antever a inserção do Brasil neste novo cenário, cujo poder dos países do Sul Global se mostra um quintal político das economias globais, que busca reposicionar a imagem do Brasil como laboratório das raças a reinventar povos, hierarquias e fronteiras. A categoria “cooperação” preenche os espaços vazios da política de expansão territorial brasileira em direção ao país africano, bem como seu corolário cultural e simbólico investido na remodelação das relações históricas entre os dois países. Conclui-se que o Brasil busca remodelar sua inserção nas relações Sul-Sul, trazendo consigo dimensões autoritárias e raciais que estruturam tais relações.
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