Abstract

No século XIII, momento em que surge a Ordem dos Frades Menores, dois fenômenos apontados pela historiografia conviviam no Ocidente Medieval: a dessacralização do escrito e uma perspectiva crítica em relação aos que obtinham formação escolar, devido à associação entre educação, prestígio social e abandono dos princípios da fé. No documento conhecido como “Carta de São Francisco a Santo Antônio”, é possível identificar a tensão entre a importância do estudo e o seu potencial de abalar o “espírito”. Antônio, a quem a carta foi endereçada, foi, segundo apontam os testemunhos, um dos primeiros religiosos a ingressar na Ordem dos Frades Menores com formação teológica, pois educou-se junto aos clérigos regrantes. O objetivo deste artigo é analisar as primeiras legendas sobre Antônio, a Legenda Assídua, a Vida Segunda e o Diálogo das Gestas de Santo Antônio, escritas entre 1232 a 1245, a fim de discutir o papel do conhecimento escolar na caracterização do frade e, por extensão, no seio da Ordem dos Frades Menores nas décadas de 1230 e 1240.

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