Abstract

No Brasil, as raízes do sistema de escravidão continuam a influenciar as dinâmicas de trabalho e que perpetuam, na grande maioria das vezes, o racismo como condição estruturante das relações sociais no país. Após o fim da escravidão, o preconceito racial esteve direcionado, especialmente, às trabalhadoras negras que frequentemente encontraram, apenas, como resultado da sociabilidade cotidiana do nosso país, remuneração e renda no trabalho doméstico, ou mesmo, em condições precárias e de baixa remuneração em diferentes setores que geram empregabilidade. Infelizmente, essas condições estiveram, por vezes, próximas à servidão e à escravidão, contribuindo para a construção e disseminação de um discurso racial de base discriminatória que tende a naturalizar o contexto que produz desigualdades sociais e, principalmente, condutas violentas contra corpos negros. Com o viés de abordar a violência estrutural enfrentada pelas mulheres negras no contexto do trabalho contemporâneo, buscamos a partir da Psicologia Social do Trabalho construir discussões que possam contribuir para a ampliação do debate acerca das questões raciais no Brasil, bem como o incentivo à construção de novas práticas voltadas a compreender as dinâmicas sociais e singulares que estão presentes no cotidiano dessas trabalhadoras. Nesse contexto, este artigo se concentra na análise das condições raciais e sociais enraizadas no modelo escravista brasileiro, com destaque para as trabalhadoras domésticas.

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