Abstract
Durante a crise sanitária mundial causada pela Covid-19, entre 2020 e 2022, circularam na mídia diferentes discursos sobre os chineses, acusados de criar e espalhar o vírus pelo mundo. A hostilidade contra os chineses se tornou mais aparente nesse período e outros sujeitos, asiáticos de diferentes nacionalidades (lidos socialmente como chineses) também sofreram com essa rejeição. O objetivo da pesquisa foi analisar discursos xenofóbicos contra ‘asiáticos amarelos’ no período da pandemia de Covid-19. A pesquisa é de caráter qualitativo, descritivo-interpretativista (Paiva, 2019), sob o aporte teórico-metodológico da análise do discurso francesa a partir da perspectiva dos estudos discursivos foucaultianos (Foucault, 2001, 2008, 2011) em diálogo interdisciplinar com outros referenciais das ciências humanas (Derrida, 2003; Albuquerque Jr. 2016; Bauman, 2017; Di Cesare, 2020). Após as análises, entendemos que os discursos xenofóbicos contra chineses foram propagados em diferentes espaços de circulação, desde os governamentais aos midiáticos incluindo a sociedade civil. Concluímos ainda que grupos de brasileiros, de ascendência leste-asiática, também são interpelados por discursos hostis por serem lidos socialmente como chineses. O estudo aponta para a necessidade de aprofundamentos do tema em relação à retórica da hostilidade brasileira em perspectiva histórica de média e longa durações.
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