Abstract

O trabalhador de saúde mental se encontra no centro da Reforma Psiquiátrica Brasileira, movimento que trouxe ampliação do questionamento das práticas e formas de relação estabelecidas com a loucura. Diante do contato deste profissional com o sofrimento e sua centralidade nas ações em saúde mental, este artigo objetivou verificar como a produção científica nacional tem discutido as principais questões que atravessam o processo de trabalho dos profissionais de saúde mental atuantes nos CAPS e os reflexos disto em sua saúde mental. Foi efetuada uma revisão integrativa de literatura nas bases de dados on-line Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Pubmed de artigos publicados entre 2002 e 2019, resultando em uma amostra de 25 artigos. A revisão mostrou que os trabalhadores de saúde mental estão envoltos em um contexto desafiador, diante da tarefa de produzir atenção e cuidado em saúde mental segundo os preceitos da Reforma Psiquiátrica. Conclui-se que os impasses colocados na lida com a loucura, na falta de recursos e capacitação para lidar com determinadas situações, nas relações entre os profissionais, constituem situações que ocasionam sofrimento, desprazer e fontes de estresse. No entanto, o trabalho em saúde mental, para estes profissionais, constitui-se também como fonte de prazer e realização.

Highlights

  • Mental health workers are at the centre of the Brazilian Psychiatric Reform, which is a movement that broadens the look on madness and brings new forms of work

  • A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), instituída com a aprovação da Portaria no 3.088/2011 (Ministério da Saúde, 2011), integra a saúde mental em todos os níveis e pontos de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) e coloca em primeiro plano o acesso aos cuidados integrais com qualidade, com o desenvolvimento de ações com ênfase em serviços de base territorial e comunitária e organização dos serviços em rede com o estabelecimento de ações intersetoriais, com continuidade do cuidado (Brasil, 2011)

  • Retrieved from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042013000200013&lng=en&tlng=pt Submetido em: 06.02.2020 Aceito em: 16.10.2020

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Summary

Universidade Federal do Espírito Santo

Resumo: O trabalhador de saúde mental se encontra no centro da Reforma Psiquiátrica Brasileira, movimento que trouxe ampliação do questionamento das práticas e formas de relação estabelecidas com a loucura. Diante do contato deste profissional com o sofrimento e sua centralidade nas ações em saúde mental, este artigo objetivou verificar como a produção científica nacional tem discutido as principais questões que atravessam o processo de trabalho dos profissionais de saúde mental atuantes nos CAPS e os reflexos disto em sua saúde mental. Conclui-se que os impasses colocados na lida com a loucura, na falta de recursos e capacitação para lidar com determinadas situações, nas relações entre os profissionais, constituem situações que ocasionam sofrimento, desprazer e fontes de estresse. O trabalho em saúde mental, para estes profissionais, constitui-se também como fonte de prazer e realização. Palavras-chave: profissionais de saúde mental, Centros de Atenção Psicossocial, processos de trabalho

Principais questões identificadas
Discutir os modos de subjetivação dos trabalhadores de Saúde
Investigar vivências de prazer e sofrimento
Centro De Atenção Psicossocial Em Álcool E
Psicodinâmica do trabalho
Saúde mental e trabalho
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