Abstract

RESUMO Biografar “grandes personagens” tornou-se um desafio historiográfico desde o surgimento da chamada Nova História Política. Os caminhos teórico-metodológicos na atualidade oferecem reflexões a partir da complexa relação entre indivíduo e sociedade, como meio de romper com uma narrativa linear que descuida das hesitações e escolhas feitas por um indivíduo. Este artigo perscruta tal problemática a partir do exame da correspondência particular de D. Rodrigo de Souza Coutinho, escrita entre 1778 e 1796, guardada na Coleção Condes de Linhares do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Questionam-se algumas interpretações sobre este personagem central da administração portuguesa do final do século XVIII: ele foi de fato preparado pelo marquês de Pombal para assumir as funções que o notabilizaram? A imagem de “gênio visionário” corresponde à sua trajetória? Problematizam-se as vicissitudes vividas por D. Rodrigo e seus familiares na disputa pelos principais cargos da monarquia, permitindo a desconstrução mítica do personagem.

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