Abstract
Alguns filósofos e segmentos do público pensam que a idade é relevante para o estabelecimento de prioridades na assistência à saúde. O argumento construído para discorrer sobre essa questão é baseado na equidade: pacientes “idosos” tiveram um bem mais relevante do que pacientes “jovens” ou o suficiente desse bem e, portanto, têm reivindicações mais fracas de tratamento. Esse artigo, num primeiro momento, observa que algumas das discussões sobre prioridade baseada na idade que se concentram no binômio pacientes idosos e jovens, exibem uma ambiguidade entre duas reivindicações: que os pacientes classificados como idosos devem ter baixa prioridade, e que os pacientes classificados como jovens devem ter alta prioridade. A seguir, o autor argumenta, com base em um problema levantado por Christine Overall, que a equidade não pode justificar dar-se baixa prioridade aos pacientes “idosos”, uma vez que há grande variedade em relação ao tempo de vida e as experiências vividas por pessoas mais velhas, parcialmente influenciadas pela injustiça de gênero, raça, classe, e necessidades especiais. Por fim, o autor sugere que pode haver um papel limitado para a priorização com base na idade no contexto referente a morte na infância, já que aqueles que morrem nessa etapa da vida estão sempre e, incontroversamente, entre os em pior situação.
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