Abstract

A crise ambiental que enfrentamos exige uma reavaliação profunda de nossa relação com o meio ambiente e com os seres. Na busca por soluções que promovam uma coexistência harmoniosa e sustentável, a ecosofia emerge como ferramenta teórica que reconhece nossa interdependência com todos os habitantes da casa comum. Num contexto sociocultural onde a religiosidade é relevante, um possível caminho rumo a formas mais conscientes e responsáveis de nos relacionarmos com o meio ambiente é identificar pontos congruentes entre os princípios ecosófico e as narrativas das religiões. Nosso artigo aborda como o entendimento das religiões em relação à necessidade alimentar reflete alguns princípios ecosóficos, podendo ser utilizado como salutar instrumento de conscientização. Para tal apresentamos um panorama geral da ecosofia em Arne Naess, Félix Guattari e Josef Estermann. Num segundo momento propomos suscintos elementos que exemplificam como a alimentação, desde as compreensões religiosas dos povos originários latino-americanos, das religiões de matriz africana e das três grandes religiões monoteístas, é um ato ecosófico. Conclui-se que os preceitos religiosos sobre a alimentação nessas tradições podem servir como chave de leitura crítica na difusão e no fortalecimento dos princípios ecosóficos desde o campo religioso, colaborando assim na superação dos presentes desafios socioambientais.

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