Abstract

A proposta deste texto é estabelecer diálogos com os estudos sobre as travestilidades e transexualidades que possam contribuir para as problematizações acerca dos modos de subjetivação e práticas sexuais dissidentes e abjetas. As expressões de gêneros desviantes dos modelos de produção normativos são sublinhadas, neste diálogo, a partir da exploração dos prazeres e práticas sexuais que transbordam visões naturalizadas e reprodutivas, iniciando com a problematização da prostituição como modo de vida, trabalho, socialização e de descoberta de saberes em relação às práticas sexuais. Tais problematizações partem de duas pesquisas realizadas em pós-graduação em Psicologia, ambas sob orientação do método da cartografia e desenvolvidas com participantes do movimento social organizado. Com base em perspectivas teórico-políticas queer, procuramos por posições alternativas que não tomem a dissidência pelo viés da negatividade, mas interessados nas pedagogias alternativas que operam nos territórios de subjetivação trans e que ampliam as noções sobre “ser gente”. Assim, entendemos que estas problematizações podem estabelecer conexões com outras experiências e provocar a ampliação de esquemas de saber que considerem as dissidências como formas de resistências micropolíticas e desejantes.

Highlights

  • This paper proposes dialogues with studies about travestis and transsexuals that offered contributions to problematize modes of subjectivation and sexual practices dissidents and abjects

  • As formas subversivas do “papai-mamãe”, na exploração dos prazeres sexuais, que possibilitam o universo da prostituição, geralmente são associadas a travestis ou transexuais, não aos clientes

  • Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Estadual Paulista, Assis, São Paulo, 2018

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Summary

Cenas de territórios de exclusão e subversão

A relegação de travestis e transexuais a territórios de subjetivações específicos, como o do mercado do sexo, é, sem dúvida, traço marcante para apontarmos as violências que constituem seus modos de vida, violências estas que se associam à produção de gêneros e sexualidades. As formas subversivas do “papai-mamãe”, na exploração dos prazeres sexuais, que possibilitam o universo da prostituição, geralmente são associadas a travestis ou transexuais, não aos clientes. Propomos as práticas sexuais e desejantes como linhas de problematizações a serem desfiadas neste texto, primeiro porque essa discussão nos faz considerar os sistemas morais que agem na regulação de tais práticas e reforçam marcadores identitários fixos, não somente em relação às práticas, mas também em relação às pessoas que as vivenciam. Nos territórios de subjetivação de travestis e transexuais, e aqui frequentemente tendo a prostituição como participante, toda uma espécie de educação não-formal se desenvolve, possibilitando diferentes expressões de gêneros, sexualidades e, no caso de nosso interesse, prazeres e práticas sexuais. Conforme discutido por Guacira Lopes Louro (2000), que agem na produção das expressões de gêneros, no disciplinamento dos corpos, no direcionamento do desejo e na regulação das práticas sexuais.

Práticas sexuais abjetas e objetos de desejo
Considerações finais possíveis
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