Abstract
O presente trabalho formula um modelo computacional baseado em agentes visando compreender o comportamento migratório da classe criativa e os padrões de aglomeração urbana a ele associados, assim como a relação de tais padrões com o potencial criativo. Na formulação do modelo, foram utilizados conceitos de geografia evolutiva econômica, teoria de redes e a literatura de economia criativa. O modelo simula o aprendizado, interação e migração dos agentes, considerando diversidade étnica, política e sexual, assim como as amenidades urbanas e oportunidades de emprego como fatores atratores da classe criativa.Como resultado, observa-se uma relação exponencial entre o potencial criativo e população de uma localidade, sugerindo uma vantagem relativa e absoluta dos grandes centros no que tange ao potencial para inovar. Considerando as variáveis que interferem na velocidade de crescimento do potencial criativo, a quantidade de conhecimento trocado entre os agentes parece exercer um efeito potencializador superior ao número de interações entre agentes.
Highlights
Uma crescente fração dos trabalhadores em países industrializados está empregada em atividades consideradas criativas, tais como engenharia, pesquisa e desenvolvimento, arte, estética, design, entre outras áreas intensivas em conhecimento
Será proposto aqui um modelo computacional baseado em agentes de modo a testar se (i) um modelo inspirado na teoria da classe criativa pode reproduzir padrões empíricos de distribuição populacional entre cidades, e (ii) associar os padrões de distribuição populacional encontrados com fatos estilizados sobre a economia criativa referente ao potencial criativo e a diversidade nos grandes centros urbanos
Onde é o grau do nó i, e o somatório é feito sobre todos os nós preexistentes j, de modo que quanto maior o número de conexões associadas a um nó, maior a sua chance de receber conexão dos nós entrantes
Summary
Uma crescente fração dos trabalhadores em países industrializados está empregada em atividades consideradas criativas, tais como engenharia, pesquisa e desenvolvimento, arte, estética, design, entre outras áreas intensivas em conhecimento. A partir deste contexto, o objetivo do trabalho aqui proposto é associar a teoria da classe criativa como exposta por Florida (2003, 2005, 2008, 2012) com os padrões de distribuição populacional observados empiricamente e reproduzidos por Axtell e Florida (2006), utilizando para isso um modelo computacional baseado em agentes com ênfase na troca de conhecimento e migração como em Spencer (2011). Será proposto aqui um modelo computacional baseado em agentes de modo a testar se (i) um modelo inspirado na teoria da classe criativa pode reproduzir padrões empíricos de distribuição populacional entre cidades, e (ii) associar os padrões de distribuição populacional encontrados com fatos estilizados sobre a economia criativa referente ao potencial criativo e a diversidade nos grandes centros urbanos. As seções seguintes estão assim estruturadas: a segunda seção traz a revisão dos conceitos teóricos referentes à classe criativa, sua relação com o desenvolvimento, o paradigma econômico evolucionista e a observação de leis de potência em distribuições populacionais; na seção três é apresentado o modelo proposto; e, na quatro, se faz a análise dos resultados, seguida das considerações finais
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