Abstract

No sentido de pensar a educação para além das instituições de ensino, é necessário vislumbrar as distintas realidades, os saberes locais e suas aplicações. Este estudo investigou como se dá a relação entre as etnociências, dentro do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), no âmbito da 11ª Unidade Regional de Ensino (URE) da Secretaria de Estado da Educação do Pará (SEDUC/PA) na Amazônia Oriental, em diálogo com os conteúdos programáticos do Ensino Médio da educação escolar, e a diversidade indígena, quilombola, ribeirinha, extrativista e da agricultura familiar. Os objetivos foram: (i) compreender, por meio de uma abordagem interdisciplinar, como os Estudos Amazônicos são absorvidos dentro das disciplinas; (ii) identificar a existência de atividades de pesquisa e extensão, ainda que na educação básica, para que as juventudes tenham oportunidades de aprendizagens de forma igualitária, tendo como motivação, uma Amazônia sustentável e inclusiva, (iii) verificar se o Estado busca atender o 4º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável-ODS, observando a relação dos povos indígenas e comunidades tradicionais com a Natureza; e (iv) identificar de que forma a educação escolar considera suas etnociências, buscando valorizar a cultura dos povos enquanto fonte de conhecimento científico, viável e necessário para uma transformação real. Nesse sentido, utilizamos entrevistas com professores e gestores e o diálogo constante com os estudantes, resultando em uma série de possibilidades que ligam as diversas compreensões ontológicas e diversos sistemas de conhecimento, frente a proposta de atender o direito cidadão, a educação por meio da educação escolar. Dessa forma, como resultados desta pesquisa, trazemos a prática da cartografia social, denominada cartografia afetiva, que permite identificar uma diversidade de saberes inerentes as comunidades, o uso da criatividade expresso em distintas linguagens, que permite a compreensão acerca de aspectos econômicos, geográficos, religiosos, cosmológicos e da agricultura, a vivencia, que são os intercâmbios entre comunidades, visitas de campo que contempla diferentes realidades, exposições na escola, a partir da cultura material e a sistematização dessas práticas para auxiliar na formação de professores, multiplicação de boas práticas, buscando atender parte da dimensão amazônica, por meio do trabalho em rede envolvendo gestores, pesquisadores, lideranças comunitárias e toda a comunidade escolar que é parte dos esforços que qualificam o ensino e a aprendizagem.

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