Abstract
Rio de Janeiro e Buenos Aires são cidades fundadas como portos para escoamento da produção das colônias portuguesa e espanhola nas Américas. Ambas cidades, em dado momento, e em grande parte, em função da importância de uma cidade portuária diante do mecanismo do colonialismo, tornaram-se capitais.
 
 Ademais, ambas as cidades, viveram a implantação do porto industrial capitalista na virada para o século 20, assim como viveram sua decadência em meados da década de 1960 com a modernização da tecnologia portuária e a consequente obsoletização das instalações construídas décadas antes – processo compartilhado com diversos portos pelo mundo.
 
 Tanto em Buenos Aires como no Rio de Janeiro, políticas de revitalização das antigas áreas portuárias foram debatidas em meio ao processo de redemocratização com o fim das ditaduras do cone sul. No entanto, é neste momento que os caminhos, que seguiam em grande parte paralelamente, se diferenciam. Puerto Madero tornou-se uma importante referência de revitalização ainda na década de 1990, mesmo com seus acertos e erros. Já o Rio de Janeiro demoraria mais duas décadas para iniciar um processo ainda incipiente de revitalização da sua antiga zona portuária.
 
 São estes paralelos e diferenças que este artigo explora.
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