Abstract

Este trabalho discute a política da narrativa sobre o corpo feminino no programa Bem Estar, da Rede Globo, especializado na cobertura de saúde. Voltado para um público majoritariamente composto por mulheres, é caracterizado por seu formato híbrido e pelo gênero utilitário, produzindo sentidos sobre o corpo, a saúde e a doença. A mulher, como centro destas matérias jornalísticas, surge com um corpo vigiado, tanto do ponto de vista ético, como estético, na perspectiva foucaultiana acerca do saber-poder da medicina e suas implicações na biopolítica. A partir da análise de dez edições do programa e de incursão etnográfica na redação, problematizamos três narrativas sobre o corpo feminino: a primeira mirando-o como objeto da higienização; a segunda como corpo suscetível à doença e a terceira como corpo materno. Conclui-se que a política da narrativa jornalística sobre o corpo feminino favorece o predomínio do discurso da ciência em detrimento de saberes outros, além de situar a mulher como eixo preferencial do biopoder.

Highlights

  • Resumem: Este artículo discute la política narrativa sobre el cuerpo femenino en el Programa Bem Estar, de Rede Globo, que se especializa en cobertura de salud

  • which specializes in health coverage

  • at an audience mainly composed of women

Read more

Summary

MÍDIA E CULTURA

Política da narrativa sobre o corpo feminino em programa especializado em saúde[1]. Resumo: Este trabalho discute a política da narrativa sobre o corpo feminino no programa Bem Estar, da Rede Globo, especializado na cobertura de saúde. Voltado para um público majoritariamente composto por mulheres, é caracterizado por seu formato híbrido e pelo gênero utilitário, produzindo sentidos sobre o corpo, a saúde e a doença. A mulher, como centro destas matérias jornalísticas, surge com um corpo vigiado, tanto do ponto de vista ético, como estético, na perspectiva foucaultiana acerca do saber-poder da medicina e suas implicações na biopolítica. Conclui-se que a política da narrativa jornalística sobre o corpo feminino favorece o predomínio do discurso da ciência em detrimento de saberes outros, além de situar a mulher como eixo preferencial do biopoder.

As narrativas sobre o corpo feminino em Bem Estar
Considerações finais
Endereço para correspondência
Amanda Souza de Miranda
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call