Abstract

A viagem etnográfica e geográfica na tradição Ocidental é descrita como uma fonte de poesia, formalizada através da mitologia, das narrativas de viagens e de relatos de encontros inesperados entre pessoas e culturas. Na Literatura Brasileira, a poesia é encontrada na Carta de Pero Vaz de Caminha, estendendo-se até a última viagem de Ulisses em “Finismundo” de Haroldo de Campos. Por que e com que propósitos o poeta brasileiros viaja? Neste artigo examinamos casos de poesia etnográfica e geográfica. Oswald de Andrade recorta poemas extraídos da "Carta" e de crônicas coloniais; em 1924, Blaise Cendrars, que fornece um protótipo de poesia de viagem para o modernismo, chega a São Paulo para praticar uma poesia de viagem que se estende até a Poesia Pau Brasil de Oswald de Andrade. No mediterrâneo, Murilo Mendes, João Cabral de Melo Neto, Ana Cristina César e Haroldo de Campos interpretaram poeticamente a geografia física. Os poetas concretos de São Paulo agem, através de uma rede internacional de materiais, de estruturas e de recepção. Poetas contemporâneos como Angélica Freitas exemplificam a deglutição das viagens globais virtuais em uma poesia brasileira híbrida. Através das viagens etnográficas, a poesia descobre tanto as suas origem e seus mais amplos significados.

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