Abstract

A divindade criadora egípcia, predominantemente masculina, tem sido interpretada como andrógina com base, entre outros motivos, no facto de esta executar acções-msj, habitualmente projectadas na esfera feminina. O presente artigo pretende auscultar as diferentes atestações de msj enquanto expressão de um acto cosmogónico nos hinos religiosos do Império Novo egípcio (c. 1539-1077 a.C.). Este exercício exploratório estrutura-se em dois eixos fundamentais: por um lado, a constatação de que nem todas as atestações de msj remetem para um acto biológico e/ou reprodutivo; por outro, a compreensão de que a capacidade (pro)criadora da divindade não a coloca forçosamente no espectro da não-binariedade de género. Para tal, atentar-se-á à distribuição dos determinativos nas diferentes grafias do vocábulo, mas também aos contextos fraseológicos em que o mesmo figura, a partir de uma selecção das fontes que constituem este corpus. Pretende-se assim encetar um entendimento mais matizado do vocábulo e, por extensão, questionar a pertinência do epíteto “andrógino” na caracterização do deus criador.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.