Abstract

A pesca ainda é a maior responsável pelo fornecimento de pescado marinho para consumo humano. Entretanto, visto a notória ameaça aos estoques pesqueiros e a crescente demanda pelo produto, este cenário precisa mudar e a piscicultura marinha continua sendo mundialmente apontada como medida viável para remediar esse quadro. Desta forma, o objetivo deste artigo é discutir sobre a piscicultura marinha no Brasil, com foco nos desafios e perspectiva de seu desenvolvimento no estado do Ceará. Durante o período de seis meses, a metodologia do trabalho constituiu-se de três ferramentas: levantamento bibliográfico, entrevistas e visitas técnicas. Os resultados obtidos retratam que, apesar de todas as inciativas públicas e privadas, a piscicultura marinha no Brasil continua incipiente e com obstáculos a serem superados. No que concerne ao Ceará, o estado, por intermédio de órgão de fomento, tem executado ações com o propósito de oportunizar o desenvolvimento da piscicultura marinha. Dentre as ações planejadas, incialmente está sendo executado a elaboração de projeto de laboratório para provimento de alevinos de espécies marinhas, simultaneamente a sua análise da viabilidade econômica financeira, e a prospecção de espécies profícuas para produção no estado, cuja conjectura preliminar tem apontado para Lutjanus synagris (ariacó) e, sobretudo, Lutjanus analis (cioba).

Highlights

  • Segundo a legislação brasileira, aquicultura é a atividade de cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total, ou parcialmente, em meio aquático, implicando a propriedade do estoque sob cultivo, equiparada à atividade agropecuária (Brasil, 2009)

  • As entrevistas foram realizadas com os cinco principais pesquisadores que exercem e exerceram papéis ativos no cenário da piscicultura marinha brasileira e cearense, com os dois atuais, e únicos, produtores comerciais de engorda de peixe marinho, com a atual, e única, empresa comercial fornecedora de alevinos de peixes marinhos, com um ex-produtor de engorda de peixe marinho, com o ex-fornecedor principal de insumos para produção de alimento vivo e larvicultura de peixes marinhos e com os representantes comerciais das duas atuais empresas fornecedoras de ração para peixes marinho

  • Foi neste contexto que o bijupirá (Rachycentron canadum), ou beijupirá ou cação de escama, despontou como espécie alvo nos estudos voltados para o desenvolvimento da piscicultura marinha no Brasil, por causa de suas características, em especial, o seu desempenho de crescimento em cativeiro, a viabilidade da produção de alevinos e pelo fato de ser uma espécie nativa

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Summary

INTRODUÇÃO

Aquicultura é a atividade de cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total, ou parcialmente, em meio aquático, implicando a propriedade do estoque sob cultivo, equiparada à atividade agropecuária (Brasil, 2009). Dentre as categorias da aquicultura temos a maricultura, que consiste na produção de organismos aquáticos especificamente em água salgada ou salobra, destacando-se, de modo geral, a algicultura marinha (cultivos de algas), a equinodermocultura (cultivo de equinodermos), a malacocultura marinha (cultivo de moluscos), a carcinicultura marinha (cultivos de crustáceos) e a piscicultura marinha (cultivo de peixes marinhos). Destaca-se que das 82,1 milhões de toneladas oriundas da aquicultura, 30,8 milhões foram produzidas pela maricultura, sendo 7,3 milhões toneladas especificamente da produção de peixes marinhos (FAO, 2020). Apesar dos 84,4 milhões de toneladas de pescados produzidos pela pesca, especificamente marinha, é notório que os estoques pesqueiros de interesse comercial já se encontraram ameaçados de sobre-explotação, ou sobre-explotados, e que, na contramão da preservação, a demanda por este tipo de produto é crescente (FAO, 2020). Visto que a piscicultura marinha é mundialmente apontada para esta finalidade, este artigo busca realizar uma discussão sobre a piscicultura marinha no Brasil, com foco nos desafios e na perspectiva para o seu desenvolvimento no estado do Ceará

METODOLOGIA
RESULTADOS
CONCLUSÃO
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