Abstract

RESUMO Tomando como ponto de partida as reflexões sobre a dimensão patêmica do discurso, este artigo focaliza a discussão sobre as três provas retóricas de persuasão – logos, pathos e ethos –, buscando argumentar em favor de sua integração, a partir de contribuições advindas tanto da Nova Retórica e da Sofística quanto da Teoria Semiolinguística do Discurso. Recusando a perspectiva dicotômica do paradigma cartesiano, nosso objetivo principal é realçar a necessidade de concebermos uma relação de interdependência entre o pathos e o logos. Para ilustrar nossa proposta, procedemos, após exposição teórica sobre o tema, ao exame de excertos de uma crônica jornalística, na expectativa de reforçar a legitimidade do assunto em apreço e de confirmar a necessidade de debates e demonstrações mais consistentes. Elegidas as categorias da intergenericidade e da metáfora como estruturas discursivas representativas do logos, a análise permite observar seu desdobramento em efeitos de patemização, concebidos aqui como efeitos de sentido.

Highlights

  • ▪▪ RESUMO: Tomando como ponto de partida as reflexões sobre a dimensão patêmica do discurso, este artigo focaliza a discussão sobre as três provas retóricas de persuasão – logos, pathos e ethos, buscando argumentar em favor de sua integração, a partir de contribuições advindas tanto da Nova Retórica e da Sofística quanto da Teoria Semiolinguística do Discurso

  • reforçar a legitimidade do assunto em apreço e de confirmar a necessidade de debates e demonstrações mais consistentes

  • Ethos e pathos: “três lados” da mesma moeda

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Summary

Contribuições da Nova Retórica e da Sofística

Como registramos na seção anterior, a retórica tenha sofrido, a partir do século XVII, um forte rebaixamento, enquanto disciplina ou arte do argumentar, ela ressurge com bastante energia no século XX. A partir de um estudo sobre os sofistas, considerados grandes pensadores e educadores situados no século V a.C.4 – embora tenham sido, de certa forma, marginalizados –, e de obras contemporâneas acerca do tema, Galinari compreende que o logos “não se restringe ao campo das operações mentais, dos raciocínios esboçados na materialidade do discurso, pois, assim pensando, excluir-se-ia, pode-se interpretar, o campo do dizer, da enunciação”, da qual “os sofistas foram grandes estudiosos, abarcando várias de suas dimensões, e sempre – o que é mais importante – sob uma perspectiva retórica e comunicativa” (GALINARI, 2014, p.263, grifos do autor). Pois, nessas diferentes disciplinas, particularmente no que tange às emoções, o autor propõe algumas reflexões para tratar do que ele chama de “efeitos patêmicos do discurso”, detendo-se, para tanto, em dois pressupostos, os quais retomamos brevemente a seguir

As emoções são de ordem intencional
Efeitos patêmicos na crônica jornalística
Considerações finais
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