Abstract

Este artigo se é o produto final do projeto de pesquisa “Modernismo e Mística” (2022/2023), que investigou o caso do mensário de pensamento e arte Festa. Encabeçado por Tasso da Silveira e Andrade Muricy, a Festa surge em meio a uma atmosfera de discussões acaloradas e de intensos debates acerca da arte moderna no Brasil. Os intelectuais que compuseram tal revista destituíam a arte moderna do primitivismo dos Andrades (Mário e Oswald) e do futurismo dinamista de Graça Aranha. Com isso, em 1927, cria-se o mensário de pensamento e arte Festa, cujo vínculo artístico se fundamenta primordialmente no ideal da universalidade espiritualista que reinicia o pensamento e a arte brasileira num estreito vínculo com o místico-filosófico, o qual desemboca numa promessa de renovação e de esplendor da tradição. Dada a sua filosofia dissonante, a revista por muito tempo foi alocada no lado menos barulhento do modernismo brasileiro, o que acarretou uma carência de estudos por parte da crítica especializada. Logo, este artigo intenciona reconfigurar esse quadro ao investigar os poetas-Festa e seus respectivos poemas, mostrando assim o que foi o modernismo espiritualista. Ademais, o artigo nos propicia conceber a importância de tal grupo para a literatura brasileiras. À vista disso, entramos em diálogo com determinados teóricos, como Gilberto Teles (2012), Alfredo Bosi (2006), Eugênio Péricles (1979) e Neusa Simões (1971) a fim de compreendermos, panoramicamente, o que foi o modernismo brasileiro. Foi também essencial a leitura dos textos doutrinários publicados no próprio mensário para termos uma noção do modernismo espiritualista apresentado pelos intelectuais e, principalmente, pelos poetas da revista. Por tudo, buscamos com essa empreitada acender as luzes dessa Festa que a crítica por muito deixou se apagar.

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