Abstract
Em grandes metrópoles percebe-se a existência de irregularidades socioambientais decorrentes da urbanização, especialmente em regiões periféricas dos centros urbanos. Tal realidade se reproduz em cidades médias e pequenas. Este trabalho consiste em um estudo de caso para compreender as questões associadas a qualidade ambiental urbana periférica de uma cidade média – no caso o município de Itajubá – por intermédio de uma comparação entre dois bairros com características distintas, porém semelhantes sob o conceito de “periferia”. A avaliação da qualidade ambiental urbana foi realizada por métodos objetivos (estudo técnico-científico das formas de uso e ocupação do solo, dos espaços livres e da cobertura vegetal) e subjetivos (aplicação de questionários levando em consideração a percepção socioambiental dos moradores e usuários dos bairros). Os resultados obtidos permitiram a construção de um panorama da qualidade ambiental urbana em cada um dos bairros, que foram analisados apontando suas principais diferenças. Foi notada grande distinção a respeito das condições socioeconômicas entre os moradores dos dois bairros e diferentes perspectivas a respeito do meio ambiente onde estão inseridos. O entendimento das diferentes percepções ambientais de pessoas que vivem em uma mesma cidade é fundamental para a criação de programas de conservação e preservação do meio ambiente.
Highlights
O processo de urbanização trouxe consigo inúmeras interferências na qualidade de vida da população, principalmente no que diz respeito ao planejamento ineficaz associado aos diferentes usos e ocupações do solo e modificações climáticas e ambientais, que transformam o espaço natural em um ecossistema próprio de centros urbanos (Camargo & Amorim, 2005)
Apesar de se tratarem de pontos distantes de uma centralidade, caracterizados como “periferia” segundo Serpa (2007), os bairros mostram características bastante distintas entre si, permitindo uma análise comparativa de modo a compreender as transformações e as formas de organização da sociedade que induziram a essas notáveis diferenças e seus impactos na qualidade ambiental urbana e na qualidade de vida da população
Com base na notória expansão urbana observada no município de Itajubá - MG, este trabalho buscou compreender as diferenças existentes entre dois bairros com características socioambientais distintas, porém semelhantes sob a definição de periferia
Summary
O processo de urbanização trouxe consigo inúmeras interferências na qualidade de vida da população, principalmente no que diz respeito ao planejamento ineficaz associado aos diferentes usos e ocupações do solo e modificações climáticas e ambientais, que transformam o espaço natural em um ecossistema próprio de centros urbanos (Camargo & Amorim, 2005). A periferia do município de Itajubá, MG, apesar de apresentar características distintas nos bairros que a compõe, assimila inúmeras questões ambientais que servem como base para uma análise comparativa da qualidade ambiental urbana entre seus elementos. Apesar de se tratarem de pontos distantes de uma centralidade, caracterizados como “periferia” segundo Serpa (2007), os bairros mostram características bastante distintas entre si, permitindo uma análise comparativa de modo a compreender as transformações e as formas de organização da sociedade que induziram a essas notáveis diferenças e seus impactos na qualidade ambiental urbana e na qualidade de vida da população. O objetivo geral deste trabalho foi realizar um estudo comparativo entre dois bairros afastados da centralidade do município de Itajubá (MG), Pinheiro e Nações, sob o ponto de vista da qualidade ambiental urbana, avaliando os processos de periferização em regiões da cidade que assumiram características distintas ao longo do processo de expansão urbana. Buscou-se: i) realizar um levantamento das formas de ocupação e de uso do solo nos bairros ao longo dos anos; ii) elaborar um estudo a respeito da qualidade ambiental urbana associada a presença de áreas verdes e vegetação nas localidades propostas com base na percepção socioambiental dos moradores e usuários dos bairros; iii) avaliar, de modo comparativo, a qualidade ambiental urbana em cada bairro estudado
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