Abstract

RESUMO O desastre-crime do petróleo em 2019 é tido como o maior desastre ocorrido no litoral do Brasil. Considerada a primeira linha de enfrentamento de desastres no território, a gestão municipal de saúde é fundamental no processo de gestão de risco de desastre. Objetivou-se analisar a atuação de uma secretaria municipal de saúde da região metropolitana do Recife, Pernambuco, em relação ao derramamento do petróleo ocorrido em 2019. Foi realizado um estudo de caso do tipo descritivo com abordagem qualitativa. Foi realizada Análise de Conteúdo, com utilização do software IRaMuTeQ, das entrevistas com gestores da saúde, cujos resultados revelaram quatro categorias: gestão municipal na atenção com o mar; governança de risco de desastre e suas ausências; sindemia da covid-19 e impactos na reabilitação e recuperação das comunidades afetadas pelo desastre do petróleo; o que fazer se um desastre voltar a acontecer. No município em análise, houve a organização antecipada das ações de enfrentamento, a ausência da governança no desastre-crime e o enfoque da gestão em saúde na sindemia da covid-19, que foram apontados como dificuldades e vulnerabilidades na atuação, enquanto a educação permanente e a articulação com pescadores(as) e marisqueiras foram algumas das lições aprendidas.

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