Abstract
Sabe-se do legado significativo de Blaise Pascal para as Luzes francesas. Voltaire lhe dedica a 25ª das Cartas filosóficas; Diderot lhe faz menção indireta, mas inequívoca, no título de seu primeiro escrito especulativo, os Pensamentos filosóficos (1745). No caso de Rousseau, a polêmica com o arcebispo de Beaumont expõe o que o separa do jansenismo – mas também o que o liga a Pascal, a saber: o emprego de categorias dualistas taus como natureza e história, princípio e processo, ser e dever ser. Por sua vez, Rousseau foi tomado por Kant como o “Newton da moral” já nos anos de 1760. Pretendo, nesse artigo, examinar se não há elementos conceituais comuns a Pascal, Rousseau e Kant, em torno da concepção dual que adotam para caracterizar a condição humana e sua relação com a práxis.
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