Abstract

As relações entre recomposição florestal e os processos hidrológicos são pouco estudadas. Áreas plantadas com espécies arbóreas são importantes para se avaliar a repartição da chuva ao nível das copas. Com esse propósito foi selecionada uma área reflorestada com cerca de 70 anos de idade na Estação Experimental de Tupi, onde demarcou-se uma parcela de 400 m2. Foram identificadas 11 espécies arbóreas dentre 40 árvores existentes, sendo 39 nativas e apenas uma exótica. Todos os eventos de precipitação foram registrados com pluviômetros feitos com garrafas plásticas PET de 2 L; quatro em área aberta, 25 no interior da floresta para a transprecipitação e para a determinação do escoamento pelo tronco das árvores foram instalados três coletores de espuma de poliuretano. A interceptação foi estimada pela equação do balanço hídrico do dossel. No período de 1 ano foram realizadas 60 coletas de chuva, totalizando 1.522,0 mm de precipitação. Em média, 15,3% da precipitação total foi interceptada pela floresta, 80,4% atravessaram o dossel pela transprecipitação e 4,3% como escoamento pelo tronco, totalizando 84,7% de precipitação efetiva. Houve diferença estatisticamente significativa para as perdas por interceptação entre os períodos chuvoso e seco, com os maiores valores na época das chuvas. Análises de regressão linear indicaram correlação positiva alta entre a precipitação total, tanto para a transprecipitação (R2 > 0,9) quanto para o escoamento pelo tronco (R2 > 0,8), e média para a precipitação total e a interceptação (R2 próximo a 0,6). Os resultados mostram que após cerca de 70 anos de sua implantação, o processo de repartição da chuva possui valores compatíveis aos encontrados em floresta estacional semidecidual.

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