Abstract
This article presents a brief theoretical reflection about the conception of carnivalization in literature - according to Bakhtin’s theory - carnival is not a literary phenomenon, but a set of imprint carnival festivities that creates a whole language with sensory-specific symbolic forms that can be transposed into the language of literature. The article analyzes the short story Adao e Eva by Machado de Assis (2008), whose characteristics refer to peculiarities of literary genres from classical antiquity, as Menippus satire, which is impregnated with a deep carnivalesque worldview, making opposite elements match up and deviate from their usual order, thus showing an ideological position of the author
Highlights
O carnaval, concebido como o conjunto de festejos de tipo carnavalesco, teve grande importância e ocupava um imenso espaço na vida das massas populares da Antiguidade grega e romana, cujo festejo principal, de cunho carnavalesco, eram as saturnais
Rosilda de Moraes Bergamasco festas religiosas possuíam sua essência carnavalesca, bem como as festividades nacionais, os dias de feira, as festas da colheita da uva, as representações dos milagres, mistérios, a vida do teatro e os espetáculos, do mesmo modo, demonstravam esse caráter
A nova versão da criação do mundo sugerida no conto configura-se como uma paródia de um texto sagrado – a Bíblia – e está associada diretamente ao gênero da sátira menipeia, pois representa um elemento inseparável deste gênero
Summary
Resumo: Este artigo apresenta inicialmente uma breve reflexão teórica sobre a concepção de carnavalização da literatura – de acordo com a teoria bakhtiniana –, segundo a qual o carnaval, mesmo não sendo um fenômeno literário, e sim um conjunto de festividades de cunho carnavalesco, cria toda uma linguagem de formas concreto-sensoriais simbólicas que é suscetível de transposição para a linguagem da literatura. Analisa-se o conto Adão e Eva, de Machado de Assis (2008), cujas características remetem a peculiaridades dos gêneros literários da Antiguidade clássica, como a sátira menipeia, que está impregnada de uma profunda cosmovisão carnavalesca, fazendo com que elementos opostos se combinem e se desviem da sua ordem habitual, mostrando desse modo, uma posição ideológica do autor.
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