Abstract
http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2017v14n2p39Sobre os discursos que prevaleceriam na contemporaneidade, faz-se inevitável o questionamento sobre o discurso capitalista, na forma do matema que foi apresentado por Lacan em 1972, ocasião da Conferência de Milão. O discurso capitalista já havia sido mencionado, porém, sob outra forma pelo psicanalista há alguns anos anteriores, sobretudo no seminário 17, “O avesso da psicanálise” (1969/1970). Na ocasião do seminário 17, Lacan apontou o discurso capitalista como uma variante do discurso do mestre. Nesse contexto, o autor sempre se refere a esse discurso, ressaltando a diferença entre o mestre moderno (capitalista) e o mestre tradicional (senhor), porém, ocupando posições semelhantes. Contudo, alguns anos depois, em conferência sobre o discurso do analista, conhecida como a Conferência de Milão, de 1972, Lacan propôs o matema do discurso Capitalista, contudo salienta que essa forma está condenada a consumir a si própria. Esse artigo questiona a possibilidade de existência do discurso capitalista como a expressão de forma inédita de relação do sujeito com o Outro jamais ocorrida em outro momento histórico.
Highlights
The capitalist discourse had already been mentioned by the author in another form, especially in the Seminar 17, "The other side of psychoanalysis" (1969/1970), when he pointed it as a variant of the discourse of the master
Lacan always referred to this discourse by emphasizing the difference between the modern master and the traditional master, albeit both occupying similar positions, that is, revealing the same configuration of relationship in the social bond
In 1972, on the other hand, in the conference above mentioned, Lacan proposed the matheme of the capitalist discourse, yet he pointed out that this form would be condemned to consume itself, and not to sustain its own existence
Summary
A ideia de que nesse discurso não existe impossibilidade entre o sujeito e o objeto causa de desejo, associada ao anúncio de Lacan de que essa forma está fadada a consumir a si própria, pode ser expressa nos objetos produzidos pelo capital, que, para manter o ritmo da produção, faz objetos que tendem a uma obsolescência estritamente material e também na desejabilidade provocada por meio dos recursos propagandísticos e ideológicos que permeiam a tendência à homogeneização dos supostos objetos de desejo no capitalismo. Netto e Braz (2006) convocam-nos a pensar: Nos últimos trinta anos, a própria centralidade do trabalho vem sendo posta em questão por algumas correntes de peso das Ciências Sociais: a partir da constatação estatística de dois fenômenos de visibilidade desde os anos oitenta do século passado – a redução do contingente dos trabalhadores alocados à produção de bens materiais e o crescente desemprego que afeta praticamente todas as sociedades capitalistas contemporâneas – teóricos de posições diversas sustentam, propondo soluções analíticas muito diferentes, que o trabalho já não se constitui mais como eixo a partir do qual se organiza a vida social.
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