Abstract

Desde a sua primeira onda, o movimento feminista surge como proposta para combater as desigualdades entre homens e mulheres, objetivando desconstruir a lógica masculina dominante. No entanto, o feminismo tradicional hegemônico, estruturado a partir das experiências das mulheres brancas e burguesas, conta com características universalizantes e totalizadoras, que acabam por desconsiderar outras mulheres. Nesse sentido, o feminismo decolonial surge com a proposta de revisitar os conceitos modernos ligados ao feminismo hegemônico, ao considerar a interseccionalidade. A interseccionalidade é marco fundamental para compreender as diversas posições que as mulheres ocupam na sociedade e dar visibilidade a grupos que até então não eram considerados no “ser mulher”. A interseccionalidade traz como contribuição a consideração de que a divisão sexual de trabalho é também racial e de classe. Ademais, o conceito propõe para as ciências sociais uma análise sobre as diferentes formas de opressão e formas em que a “ferida colonial” se encarna nos corpos situados historicamente em processos particulares e locais. Considera-se importante, porém, tratar das críticas feitas ao conceito e apontar desafios teórico-metodológicos quanto à sua operacionalização. Em conclusão, o artigo aponta que existem interseccionalidades: as categorias de articulação variam de acordo com o grupo e seu contexto social, cultural e político.

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